Acordei hoje com um radiante dia azul de sol e pensando no lamentável terremoto no Nepal.  Pareciam duas imagens que não se encontravam em um lugar comum. A sensação foi de desajuste, desordem, imperfeita.  Como ordenar o caos da vida?

Uma imagem do pintor Francisco Goya me veio a mente...

"O sono da razão produz monstros" Francisco Goya

 

Estou escrevendo um livro, e nesse eu escrevi um trecho que me veio a mente. Resolvi partilhar. Com fé e imaginação na nossa humanidade.

Entender a vida é realmente mais difícil do que entender as lições da escola. Não há modelos. Nada se enquadra nas fórmulas ensinadas. Nem mesmo Deus. Aliás se tem uma ideia mais fora de qualquer enquadramento, é a ideia de Deus. Mas há uma dedicação ferrenha de religiosos em legitimar a fé forçando um só jeito de entender Deus. Os cientistas publicam livros sobre coisas fantásticas como o “buraco negro,” ou “princípios da incerteza singular,” ou “relatividade.” Eles, os cientistas, conseguem viver dentro de um mundo de hipóteses e teorias imaginadas, sem segurança de certeza, sem verdades absolutas. Mas as pessoas religiosas acham que têm modelos e respostas certas para tudo.

Quem é que tem mais fé?

Por que a palavra fé foi significar justamente o seu oposto?

Os oito anos de escola de padres não me deram religião. Mas eu tenho fé. Eu tenho imaginação. É com fé que acredito na nossa humanidade e com imaginação que confio que podemos ter vidas  menos ofendidas.

Fecho os olhos. Respiro. Respiro. Respiro.